27 de outubro de 2007

Pois é...

Passada a ressaca da Oktoberfest e voltando a realidade. Prá variar, sinto-me insatisfeito. Com a situação geral. Desanimado em saber que muito pouco pode ser feito para mudar. Por que não se muda quando se quer; há muitos fatores envolvidos. Para quem está do lado de fora, tudo parece fácil, basta estalar os dedos, piscar os olhos e tudo modifica-se magicamente!!! Talvez para alguns seja assim mesmo!!! Para mim, entra ano, sai ano, esforço em cima de esforço e resultado? Pouco, muito pouco!!!!

Não sei mais o que fazer nem o que pensar. Muita coisa foi tentada, e muito pouco progresso obtido. De quem é a culpa? Minha mesmo? Do sistema? De Deus? Bom, prá mim, a questão não é achar "culpados". A questão é simples:

"EXISTE UM PROBLEMA QUE PRECISA SER RESOLVIDO, VÁRIOS CAMINHOS FORAM TENTADOS NESTE SENTIDO, E OS RESULTADOS OBTIDOS FORAM MUITO AQUÉM DO ESPERADO. E ISSO JÁ NÃO É DE HOJE."

Muita gente chama-me a atenção pelo fato de eu ser muito pessimista. Outros acham simples resolver tudo, eu é que sou "preguiçoso". Bom, não cabe aqui discutir quem tem razão ou não.

A época em que vivemos é muito complicada. Esse nosso querido Brasil é um país podre!!! Ainda assim, muita gente vence. Porque não EU? Antes que me venham com sermões e discursos dignos de livro auto-ajuda:

1. Eu acredito em mim mesmo!!! Tenho consciência das minhas potencialidades e dos meus limites. Infelizmente, parece que as pessoas só enxergam os limites.

2. Antes que venha me falar em Deus: não sou assim, um religioso convicto; tenho minhas crenças, porém, as vezes acho que até mesmo Ele tenha seus limites. Nos momentos de maior ira, chego à pensar "Deus? Ora, se Deus existe mesmo, das duas uma: ou Ele é surdo ou pôs-me no mundo de sacanagem mesmo; prá passar uma vida inteira batalhando por muito pouco enquanto uns e outros vencem com menos esforço!". Sei que é errado pensar assim, porém esta cada vez mais difícil pensar de forma diferente.

3. Paciência? As vezes acho que tenho até demais!!!! Ora, tente imaginar-se no meu lugar: uma vida inteira batalhando para ser reconhecido, colher os frutos dos meus esforços; obtendo sempre resultados ínfimos; e ainda tendo que ouvir graças do tipo "você é vagabundo", " você é preguiçoso", "você quer que caia tudo do céu", "você não se esforça o sufuciente", "você não enxerga um palmo adiante do seu nariz", "você é egoista", "você não faz nada direito", "você é arrogante", "você não tem humildade", "você é muito esquentadinho", "você é muito nervoso", "você não sabe aproveitar as oportunidades que a vida lhe dá" e outras frases similares. Isso tudo sem agredir niguém, pelo menos não fisicamente. E ai de mim se tiver a "ousadia", o "atrevimento", a "impáfia" de responder à altura!!!! É ou não é para deixar qualquer um louco?!!! Pois é, as pessoas se acham no direito de fazer-me e dizer-me o que bem entende, e eu tenho que ser sempre "bonzinho", "educado", "cabeça fria". Nem que eu viva cem anos irei entender a lógica por trás disso: "

"Todo mundo pode tudo e eu não posso nada, tenho que aceitar numa boa e ponto final!!!"

4. Tem muita gente em situação pior que a minha? Sim, tem e eu nunca fui cégo nem burro ao ponto de negar isso. Por outro lado, esse tipo de pensamento soa-me, conformista e, de certa forma, como dista. Nivelar-se por baixo. Como a história do cidadão que só tinha tremoços para comer, enquanto comia sewus tremoços, e jogava as cascas para trás; queixava-se de só poder comer tremoços. Certa vez, ao jogar as cascas para trás, viu um mendigo recolhendo as cascas e pensou consigo mesmo: e eu aqui reclamando de barriga cheia. Muito bonitinha essa fábula, mas para mim, não funciona!!!!

Para aqueles que adoram me rotular e defecar regras na minha cabeça:

1. Onde o Sr. (Sra.) estava, lá pelos idos de 1988, 89; quando eu comecei a procurar emprego e já encontrava barreiras, pois estava na época do Alistamento Militar? Caso o Sr.(a) não saiba; há uma lei trabalhista (não sei se ainda existe, naquele tempo existia), segundo a qual o empregador deve continuar à pagar salários e encargos para o empregado que esteja no Serviço Militar, mesmo que este não compareça à empresa para exercer suas funções por estar ocupado na caserna. Diante deste quadro, niguém contrata um empregado em idade próxima ao alistamento e até sair o Certificado de Reservista.

2. Onde o Sr. (Sra.) estava em meados de 1992? Eu trabalhava em uma Universidade, e fui demitido porque "não rendia o suficiente e cometia muitos erros"; sendo que esta Universidade é enorme, tem vários campus e departamentos diferentes; quase implorei à diretora da minha unidade para ser transferido para outro campus, outro departamento; mas não teve jeito, a digníssima Sra. Diretora queria porque queria ter o prazer de me ver no olho da rua! Detalhe: a citada senhora é freira, certamente acredita em Deus e em Cristo; porém, naquele dia resolvera deixar todo o seu Cristianismo em casa. O Sr.(a) sabia que ainda tentei argumentar? Disse que pretendia prestar vestibuilar no fim daquele ano, precisaria da bolsa de 50% que todo empregado da instituição tem direito, que eu queria progredir não só pelo meu bem, como também pelo bem da Universidade e que uma demissão aquela altura faria todo meu projeto andar para trás. Tudo iútil. Eu havia falhado, não havia aproveitado a oportunidade que me tinha sido dada e deveria pagar isto na engrossando a fila dos desempregados. Caso o Sr.(a) não saiba, a dita Universidade (na qual acabei ingressando mais tarde e me formando) até hoje possui empregados que cometem os mesmos tipos de erro que eu costumava cometer, alguns deles tem já com uns bons anos de casa.

3. Onde o Sr.(a) está quando eu costumo bater pernas pelas agências de emprego, preenchendo fichas e entregando currículos, que provavelmente serão arquivados na lata de lixo?

4. Onde o Sr.(a) esteve nos últimos 4 anos; enquanto eu estive (e ainda estou) desenvolvendo um projeto útil, necessário e viável; com um mínimo de recursos, precisando de ajuda e só encontrando portas fechadas e aproveitadores que só querem explorar-me em nome do meu projeto? Pois bem, venho desenvolvendo esse projeto desde 2002; como não disponho de recursos para levá-lo adiante, tenho procurado parceiros. Até agora o que encontrei foi: a) uma empresa que queria fazer de mim um vendedor não remunerado; b) um webdesiger competente, porém sem ética e visão de futuro, que ficou de fazer-me um site e enrolou-me por mais de 3 meses, até que dispensei sua ajuda; c) uma Incubadora de Empresas que deveria dispor de estrutar física e tecnológica, sendo estas inexistentes; porém com uma cobrança de taxas para sustentar tal estrutura (como já foi dito, inexistente); d) um grupo de "empresários" que prometia um sistema ágil e moderno, mas que não passava de mais uma pirâmide da vida.

Tudo bem. Eu é que sou "egoísta", "instransigente", "acomodado" e quetais...

5. Onde o Sr.(a) estava em pricípios de 2005? Eu fui trabalhar em uma ONG de ajuda a idosos, que não passava de fachada para uma empresa de pretação de serviços; que enviava acompanhate para idosos perante o pagamento de uma taxa. Prometeram-me que eu seria responsável pela parte financeira. Colocaram-me de office-boy (ou até menos que isso), mandaram-me fazer serviços de bicicleta (em baixo de chuva, inclusive), fizeram-me passar por humilhações em público, colocaram um deficiente mental para me dar ordens entre outras coisas. E eu fui aceitando numa boa. Quando eu quis conversar com a responsável por isso tudo, propor soluções e melhorias, simplesmente fui ignorado.

Em todas estas situações, tentei usar de diplomacia e não funcionou. Se tivesse batido na mesa e reividicado voz ativa de forma enérgica, seria taxado de "grosso", "estúpido", "mal-educado", "nervosinho", "xiliquento", etc. O mais engraçado, é que geralmente, quando é o contrário; as pessoas utilizam-se destes mesmos expediente comigo. Resumindo: de cá para lá é "grossura", "estupidez", "má educação", "nervinhos a flor da pele", e "xilique". De lá para cá é "tratamento merecido", "puxão de orelha pro Douglas ficar mais esperto", "justiça com as prórpias mãos" e similares. Dois pesos e duas medidas.

Longe de estar "posando de vítima", embora possa parecer. Convenhamos, as coisas para mim não são nada fáceis. É muito difícil encontrar um espaço para ser ouvido, muito menos, atendido. Agora, ainda vão dizer que é falta de esforço? De má-vontade? Comodismo? Intransigência? Egoísmo? Da parte de quem, cara pálida? Procure saber da realidade antes de bater vossos carimbos na testa alheia!!!

Cobrar e criticar é fácil. E estar no meu lugar? O que os Gênios, Bambambam's e Reis da Esperteza fariam no meu lugar? Jogar sujo, não vele!! Ainda acredito na ética, na transparência e nas atitudes corretas. Vamos, responda?!!! Não é tão fácil?

Comecei a escrever esse texto triste. Acabo de escrever revoltado.

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